Ser tão Gonzaga 
(Edimarcus Patriota)

Ser tão Gonzaga é ser puro de origem
Matuto que não esquece o cheiro do bode
Que honra a palavra e o fio de bigode
E que não desrespeita ninguém

Ser tão Gonzaga é ser o próprio Nordeste
É ser cabra da peste, de chapéu de couro e gibão
Com o rosto marcado e "gengibre" na mão
É pedir ao santo, é fazer festa, é falar do agreste

Ser tão Gonzaga é lamentar a seca que castiga
Da natureza amiga, do pássaro que canta por cá
Da asa branca, acauã, vim vim, do sabiá
Do galo campina, assum preto e da asa branca amiga

Ser tão Gonzaga é falar do amor e paixão
Da cabocla do sertão, que respeita o companheiro
Que trabalha de janeiro a janeiro
Da açucena cheirosa, dos caminhos do coração

Ser tão Gonzaga é harmonia é concórdia
A acácia amarela que sua casa tem
Casa justa e perfeita onde se sentia tão bem
Onde o mal submerso e não há discórdia

Ser tão Gonzaga é xote, é forró, é baião
É nossa nação, é morena bela à luz da lua
É ser majestade na roça e na rua
É Zé, Maria, Januário, 'Padim Ciço' e Lampião.

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