NA PRAÇA DO JACARÉ
(Edimarcus Patriota)

Cá entre nós, eu tinha medo 
Desde pequeno quando ali passava
Na Praça da Prefeitura
O jacaré que o povo falava
Um tanque com água e plantas
Aonde ninguém chegava perto
Pois o medo era grande
E ninguém se achava esperto
Ou valente o suficiente
Pra encarar o bicho de frente

Tempos depois comecei a ir à praça
Já não jogava bola na rua
Na minha adolescência ainda crua
Nunca cheguei a ver o bicho
Vi, logo depois, muito lixo
No buraco onde diziam ele morar
Não tinha mais esse interesse
Eu ia mesmo era pra namorar
Uma menina que ali perto morava
Mãe ficava brava, pois eu só queria passear

Já não há namorados, nem tão pouco jacaré
Só tem tapume de madeira, sem vida, sem flor
A praça dos carnavais, dos encontros "matutais"
Era lugar de paqueras, hoje escondida está
Cada vez que passo lá, sinto falta da morena
Dos bancos, das plantas, daquele nosso pedaço
Dos amigos, do abraço, do mandacaru clube, do cinema
No domingo depois da missa, que era ponto de encontro
Quando penso na alegria em que vivia
Hoje sei que era feliz e não sabia.

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